O ritual do Batismo de adultos guarda uma estrutura semelhante com o das crianças. Entretanto, a recente reforma em abril de 1962 permitiu que ele fosse realizado de modo fracionado, perpassando durante toda a Quaresma. Desse modo, o Batismo propriamente dito ocorre no dia da Vigília Pascal, restaurando um antigo costume (mas é possível ainda fazer tudo de uma só vez).
Estruturalmente, o ritual para os adultos é semelhante ao das crianças. O rito inteiro é dividido em sete estágios (seis correspondentes aos quatro domingos da Quaresma e dois aos da Paixão, sendo o sétimo no Sábado Santo).
Fora da Igreja
Primeiro estágio
- oração preparatória: inicia-se de joelhos diante do Altar com um responsório e a recitação de três Salmos; depois a Oração do Senhor e três orações conclusivas;
- interrogatório: como no Batismo das crianças;
- renúncia: o celebrante pergunta se o catecúmeno renuncia a Satanás, suas obras e pompas;
- profissão: o celebrante pergunta se o catecúmeno crê com Fé divina nas principais Verdades reveladas;
- insuflação: sopra-se três vezes sobre o catecúmeno em forma de Cruz, pedindo que o demônio dê lugar ao Divino Espírito Santo e, soprando mais uma vez, envia-lhe o Espirito Santo;
- sinal da Cruz: como no Batismo das crianças;
- abjuração: agora o catecúmeno manifesta seu ódio aos erros da vida passada: os ídolos, se veio da gentilidade; a perfídia supersticiosa, se era judeu; a perfídia da infidelidade, se era islâmico; a depravação ímpia e nefasta, se protestante; essa parte termina com o celebrante ordenando que agora ele adore o Deus verdadeiro que é a Santíssima Trindade;
- recebimento da cruz: o celebrante marca com a Cruz a fronte (receber a Cruz), os ouvidos (ouvir os ensinamentos), os olhos (para ver a glória de Deus), as narinas (sentir o odor de Cristo), a boca (pronunciar palavras de vida), o peito (crer em Deus) e os ombros (suportar os jugos) e no corpo todo (ter a vida eterna);
- imposição das mãos: como no Batismo das crianças;
- despedida: o celebrante despede a todos os presentes.
Segundo estágio
- oração preparatória;
- imposição do sal: como no Batismo das crianças;
- despedida.
Terceiro estágio
- oração preparatória;
- Pai Nosso: o catecúmeno de joelhos recita o Pai Nosso, mas não o completa; ao fim o celebrante e o padrinho faz o sinal da cruz sobre ele;
- imposição de mãos: impetra-se a perseverança para que o fiel consiga chegar à graça batismal;
- exorcismo [1]: oração imperativa ao diabo para que não assedie o catecúmeno, a qual termina com o sinal da Cruz para que o inimigo não ouse profanar o fruto da Redenção que será operada naquela alma pelo Batismo;
- despedida.
Quarto estágio
- oração preparatória;
- Pai Nosso: como no estágio anterior;
- imposição de mãos: impetra-se a misericórdia divina para que Ele conceda ao fiel chegar à graça batismal;
- exorcismo;
- despedida.
Quinto estágio
- oração preparatória;
- Pai Nosso: como no estágio anterior;
- exorcismo: o celebrante ordena a fuga do diabo pelo poder de Cristo para que ele dê agora lugar para Deus;
- imposição de mãos: impetra-se as iluminações da graça para que o catecúmeno seja digno da graça batismal;
- despedida.
Na igreja
Sexto estágio
- oração preparatória;
- convite: como no Batismo das crianças;
- recitação: como no Batismo das crianças;
- exorcismo solene: como no estágio anterior;
- ephpheta: como no Batismo das crianças;
- renúncia:como no Batismo das crianças;
- unção: como no Batismo das crianças;
- ordem: o celebrante ordena por três vezes, em honra de cada uma das Divinas Pessoas, a fuga do demônio;
- despedida.
No batistério
Sétimo estágio
- oração preparatória;
- profissão: o celebrante pergunta se o catecúmeno crê com Fé divina nas principais Verdades reveladas;
- Batismo: como no Batismo das crianças;
- unção com o crisma: como no Batismo das crianças;
- veste: como no Batismo das crianças;
- vela: como no Batismo das crianças;
- despedida [2].
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Notas
[1] Existe uma relação entre o costume do batismo fracionado com a Liturgia. No III Domingo da Quaresma, a Igreja coloca o Evangelho do exorcismo do demônio mudo.
[2] Para a possibilidade realizar todo o ritual de uma só vez, em cada estágio se omite a oração preparatória (a não ser no início de tudo) e a despedida (a não ser ao fim de tudo).
No catecismo fala sobre validade dos batismo, nesta parte esta falando que se seguir o rito do batismo das igrejas evangélicas citadas então é valido?:Há diversas Igrejas nas quais, embora não se justifique nenhuma reserva quanto ao rito batismal prescrito, contudo, devido à concepção teológica que têm do batismo – p. ex., que o batismo não justifica e, por isso, não é tão necessário -, alguns de seus pastores, segundo parece, não manifestam sempre urgência em batizar seus fiéis ou em seguir exatamente o rito batismal prescrito; também nesses casos, quando há garantias de que a
pessoa foi batizada segundo o rito prescrito por essas Igrejas, não se pode
batizar, nem sob condição. Só se torna invalido se o ministro desta igreja mudar a própria formula que a igreja evangélica estabeleceu ou o texto quer dizer a respeito do rito prescrito da igreja católica?
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Os Sacramentos foram confiados à Igreja Católica, portanto, nenhuma igreja tem autoridade, legitimidade de alterar qualquer coisa e ainda gozar de validade.
Assim, o rito que esses “pastores” deve empregar é o rito católico segundo o que foi exposto no texto sobre matéria e forma do Batismo.
Espero ter ajudado.
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Então o catecismo esta querendo dizer que é o rito prescrito da Igreja Católica, que se for seguido pelos protestantes, não pode-se batizar novamente; e não o rito prescrito pelas igrejas protestantes? Neste parte que me refiro do catecismo: quando há garantias de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito por essas Igrejas, não se pode batizar, nem sob condição.
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: O texto nesta parte: quando há garantias de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito por essas Igrejas… Esta falando que se a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito pela igreja católica ou segundo o rito prescritos por essa igrejas citadas?
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O que o texto quer dizer é que se tem que averiguar se o rito prescrito pelas igrejas protestantes estão conformes com a doutrina católica sobre a essência dos Sacramentos, ou seja, o que foi exposto acerca da matéria e forma do Batismo tão somente.
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