INTRODUÇÃO AO RITO (PARTE 1 DE 2)

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Dando continuidade ao pequeno curso sobre Liturgia, focado no Rito Romano, após um maior exame do conceito geral de Liturgia, passaremos ao segundo ponto, que é o conceito de Rito.

1 Rito

Rito foi definido acima como o conjunto de regras que organizam as cerimônias da Liturgia. Aqui entramos no cerne de todo o texto presente e dos que se seguirão .

Consequentemente, o Rito tem a finalidade de propor cerimônias que simbolizem aquilo que a Igreja crê sobre os Mistérios Divinos, rendendo a Deus a adoração que Lhe é devida e, pela beleza e estética, mover os fiéis ao fervor e à piedade. É através dele, portanto, que o fiel percebe a grandeza do Criador e que o ato do qual toma parte é grave e solene, pois é o culto de adoração a esse Deus.

Para que o Rito consiga exprimir tudo isso, tem que necessariamente se adaptar à cultura e tradição dos povos. Dessa premissa conclui-se a existência de vários Ritos litúrgicos na Igreja. Essa adaptação, entretanto, sempre tem como norte a seguinte máxima: lex orandi lex crendendi [1].

Após Pentecostes, cada Apóstolo foi para uma região do mundo pregar o Evangelho e assim a Igreja se espalhou e iniciou o gérmen de cada Rito litúrgico [2]. Cada região em que um Apóstolo pregou, lá ele fundou uma Sé (nas Escrituras é chamado simplesmente de Igreja, hoje chamamos de Diocese). Algumas Sés são apostólicas, portanto.

No século IV, cinco Sés especiais devido a sua importância e destaque eram chamadas de Patriarcados (mais sobre isso ver nota 5 sobre o Sacramento da Ordem). Esses cinco antigos Patriarcados era conhecido como Pentarquia. Ei-los:

  • Roma, a Sé de São Pedro, o Papa;
  • Antioquia, Sé criada por São Pedro: “No quarto ano após a ascensão de Jesus Cristo, São Pedro proclamou a palavra de Deus em Antioquia, a grande capital, e tornou-se seu primeiro Bispo” (Eusébio de Cesaréia, 340 a.D.) [3];
  • Alexandria, Sé de São Marcos, discípulo de São Pedro;
  • Jerusalém,  Sé de São Tiago Menor: “Pedro, Tiago João após ascensão do nosso Salvador (…) mas escolheram Tiago, o Justo, como Bispo de Jerusalém” (Eusébio de Cesareia);
  • Constantinopla, Sé de Santo André: de acordo com Santo Hipólito de Roma, ele pregou na Trácia e fundou a diocese de Bizâncio, que se desenvolverá e acabará por se tornar o Patriarcado de Constantinopla.

A Igreja Católica é a união de várias Sés (Dioceses) espalhadas pelo mundo em subordinação ao Sumo Pontífice, o Papa. Essas Sés espalhadas pelo mundo são divididas em Igreja Ocidental e Igreja Oriental. Delas advém os Ritos Ocidentais e os Ritos Orientais da Igreja Católica [4].

2 Ritos Orientais

Figura 1 — Colégio dos Bispos reunidos com seu Patriarca na Divina Liturgia

Não é a intenção do texto esgotar todos os pormenores dos Ritos Orientais, mas concentrar-se no Rito Romano. Não obstante, falaremos algumas linhas também sobre esses Ritos. Tem-se no oriente cinco famílias litúrgicas: Rito Bizantino (o maior entre os Ritos Orientais), Rito Antioqueno (Siríaco Ocidental), Rito Caldeu (Siríaco Oriental), Rito Alexandrino, Rito Armênio [5]. Passemos a falar um pouco sobre cada um (falaremos um pouco da história e das características comparativas).

2.1 Rito Bizantino

Figura 2 — Rito Bizantino (Divina Liturgia de São João Crisóstomo)

O Rito Bizantino, muitas vezes é chamado de Rito Grego, é o rito da antiga cidade de Bizâncio, que mais tarde tornou-se a Igreja de Constantinopla (atual Istambul) e é o Rito Oriental mais usado. Sua origem remete este Rito ao Apóstolo Santo André que fundou a Sé bizantina. Tem três Divinas Liturgias:

  1. Divina Liturgia de São João Crisóstomo, compilada por São João Crisóstomo, um dos grandes Padres do Oriente e Arcebispo de Constantinopla, no século IV. É a mais frequentemente celebrada.
  2. Divina Liturgia de São Basílio, atribuída a São Basílio Magno, Bispo de Cesareia no século IV e um dos grandes Padres do Oriente. Essa Divina Liturgia é usada em ocasiões especiais, nas festas mais importantes e nas celebrações mais solenes.
  3. Divina Liturgia de São Gregório Nazianzeno, também um dos grandes Padres do Oriente e Arcebispo de Constatinopla no século IV. É um ofício litúrgico (não há consagração), celebrado às quartas e sextas-feiras da Quaresma, utilizando os dons pré-santificados [6].

A principal Igreja Oriental Católica que utiliza a Liturgia Bizantina é a Igreja Patriarcal Greco-Católica Melquita, que retornou à unidade católica no ano de 1724. Sua sede original era em Antioquia, mas atualmente é em Damasco, na Síria. Utiliza na Liturgia as línguas grega e árabe [7]. Também é a única Igreja Oriental que não é nacional. Seu Patriarcado envolve três Sés Apostólicas: Antioquia, Jerusalém e Alexandria, chamando-se Patriarcado Greco-Melquita de Antioquia e de Todo Oriente, Alexandria e Jerusalém.

2.1.1 Características

Em todos os Ritos que apresentarmos, mostraremos as raízes comuns, traduzidas pelas características utilizados por todos os ritos católicos, exceto, obviamente, o rito deformado de Paulo VI, que é, na verdade, um serviço protestante com arremedo católico.

  • Reverência ⇒ o sinal da Cruz é feito dezenas de vezes (mais que no Rito Gregoriano), assim como as bênçãos e os ósculos aos objetos que são passados ao celebrante.
  • Orientação ⇒ voltada para o Altar, ou seja, versus Deum (de “costas” para o povo).
  • Hóstia ⇒ pão fermentado.
  • Comunhão ⇒ administrado pelo sacerdote diretamente na boca do fiel [8].
  • Separação ⇒ iconóstase, parede divisória, repleta de ícones, entre o presbitério e a nave [9].
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Figura 3 — Divina Liturgia Bizantina com iconóstase

2.2 Rito Antioqueno

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Figura 4 — Rito Antioqueno Sírio Malancar

Se o Rito Bizantino é o mais usado entre os Ritos Orientais, o Rito Antioqueno é o mais antigo, tendo sua origem no Apóstolo São Tiago Menor, parente do Senhor e primeiro Bispo de Jerusalém. Por isso é chamado de Rito de Jerusalém, tendo suas bases registradas nas Constituições Apostólicas [10]. Também é chamado de Rito Siríaco Ocidental porque à época Antioquia era capital da Síria.

A antiguidade deste Rito, assim como sua origem apostólica indubitável, fez com o que a Liturgia Siríaca influenciasse os Ritos Bizantino e Armênio e, consequentemente, o Rito Galicano (que teve grande influência no Rito Gregoriano).

As Igrejas sui iuris que utilizam a Liturgia Siríaca Antioquena são três:

  1. a Igreja Católica Patriarcal Maronita [11], com sede originalmente em Antioquia, mas atualmente em Bkerké, Líbano. Utiliza como língua litúrgica o aramaico (língua que Nosso Senhor utilizou na Última Ceia) e o siríaco;
  2. a Igreja Católica Patriarcal Siríaca, que retornou à unidade católica em 1781 (eram monofisitas). Sua sede original era Antioquia, passando para Beirute, Líbano após a conversão.
  3. Igreja Arcebispal Maior Siro-Malancar, cuja origem remete-se ao Apóstolo São Tomé. Retornou da heresia monofisita à unidade em 1930. Sua Sé é em Kerala, Costa Malabar, e utiliza como língua litúrgica o malaiala.

2.2.1 Características

  • Reverência ⇒ o sinal da Cruz é feito dezenas de vezes, assim como as bênçãos e os ósculos aos objetos que são passados ao celebrante.
  • Orientação ⇒ versus Deum (exceto a variação maronita).
  • Hóstia ⇒ pão fermentado.
  • Comunhão administrado pelo sacerdote diretamente na boca do fiel.
  • Separação ⇒ cortina, geralmente vermelha, que vela o Altar (e não uma parede), mostrando a antiguidade do Rito. Os maronitas utilizam a voz submissa (latinização).
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Figura 5 — Liturgia Síria Malancar com o cortina do Altar

2.3 Rito Alexandrino

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Figura 6 — Rito Alexandrino

O Rito Alexandrino é, como o Rito Antioqueno, um Rito Apostólico. Sua origem, no entanto, remonta a São Marcos Evangelista, o primeiro Bispo de Alexandria, de onde tira seu nome. Alexandria é uma cidade do Egito e já foi sua capital. Sua importância histórica vai além desse fato e se deu por causa de sua localização (é litorânea e tem um importante porto). Também é chamado de Rito Copta por ser um Rito egípcio [12].

O Rito Copta consta de três Divinas Liturgias com composição atribuída a diferentes Santos.

  1. Divina Liturgia de São Cirilo de de Alexandria, composto por este Padre da Igreja no século IV. Diz-se ser o Rito Alexandrino genuíno, tradução para o copta do Rito de São Marcos (que era em grego). Realizada apenas uma vez no ano.
  2. Divina Liturgia de São Gregório Nazianzeno, Padre da Igreja. Tem característica siro-antioqueno. É celebrada três vezes ao ano (Natal, Epifania e Páscoa).
  3. Divina Liturgia de São Basílio Magno, Padre da Igreja. É uma espécie de abreviação da versão bizantina do mesmo nome (menos solene e cerimonioso). Celebra-se ordinariamente.

Três Igrejas sui iuris celebram o Rito Copta:

  1. Igreja Católica Patriarcal Copta, retornou à comunhão de Fé em 1741; eram hereges monofisitas. Sua sede é em Alexandria e tem por língua litúrgica o copta.
  2. Igreja Metropolitana Etíope, retornou à unidade em 1839. Tem sede na Etiópia e utiliza a língua ge’ez. É uma Igreja apostólica, fundada por São Mateus Evangelista.
  3. Igreja Católica Eritreia, de sede na Eritreia e também de língua ge’ez. Emancipou-se da Igreja Etíope em 2015.

2.3.1 Características

  • Reverência ⇒ o sinal da Cruz é feito dezenas de vezes, assim como as bênçãos e os ósculos aos objetos que são passados ao celebrante.
  • Orientação ⇒ versus Deum.
  • Hóstia ⇒ pão fermentado.
  • Comunhão ⇒ administrado pelo sacerdote diretamente na boca do fiel.
  • Separação ⇒ iconóstase, como o Rito Bizantino, além da cortina vermelha.
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Figura 7 — Liturgia Copta com o véu do Altar

2.4 Rito Caldeu

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Figura 8 — Rito Caldeu

O Rito Caldeu é chamado também de Rito Siríaco Oriental, Igreja fundada pelo Apóstolo São Tomé, ao evangelizar a região mais oriental da Síria, onde a Babilônia era situada, habitada pelos caldeus. Daí que o Rito ganhou seu nome [13].

Depois os caldeus se desdobraram para outras regiões, expandindo seu Rito Siríaco Oriental para a Costa Malabar na Índia, onde são conhecidos como cristãos de São Tomé. O Rito que daí se desenvolve é também chamado de Anáfora de Addai e Mari. Santo Addai foi discípulo do Apóstolo São Tomé e São Mari, discípulo de Santo Addai. A eles é atribuída a autoria do Rito Siríaco Oriental.

No século XVI muitos missionários oriundos de Portugal foram catequisar a região malabar. Isso resultou numa certa latinização do Rito Caldeu. O Papa Pio XI ordenou que fosse iniciado um processo de reforma litúrgica a fim de resgatar a pureza do Rito Caldeu. O Rito assim reformado foi aprovado pelo Papa Pio XII [14].

As Igrejas sui iuris que utilizam a Liturgia Siríaca Oriental são duas:

  1. a Igreja Católica Patriarcal Caldeia, originalmente nestoriana, retornou à unidade da Fé verdadeira em 1551. Sua Sé é no Iraque e sua língua litúrgica: aramaico e árabe.
  2. a Igreja Arcebispal Maior Siro-Malabar, que retornou à Fé em 1599 e tem sua Sé em Kerala (Costa Malabar). A língua litúrgica é o malaiala.

2.4.1 Características

  • Reverência ⇒ o sinal da Cruz é feito dezenas de vezes, assim como as bênçãos e os ósculos aos objetos que são passados ao celebrante.
  • Orientação ⇒ versus Deum.
  • Hóstia ⇒ pão fermentado.
  • Comunhão administrado pelo sacerdote diretamente na boca do fiel.
  • Separação ⇒ cortina vermelha (grande antiguidade).
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Figura 9 — Liturgia Síria Oriental com o véu do Altar

2.5 Rito Armênio

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Figura 10 — Rito Armênio

O Rito Armênio é a última família ritual da Igreja, desenvolveu-se onde era o reino da Armênia, região evangelizada pelo Apóstolo São Bartolomeu, após regressar da Índia, e São Judas Tadeu. Ambos foram os primeiros a introduzir a Fé em Cristo no território armênio, tendo também organizado a primeira comunidade de cristãos daquele território, nascendo assim a Igreja da Armênia.

Em sua construção, o Rito Armênio teve influências do Rito Siríaco Ocidental (Antioqueno) da região da Capadócia (Cesareia) [15]. Daí, surgiram mais tarde o Rito Armênio e o Rito Bizantino ─ o que explica a semelhança entre eles na riqueza e na solenidade das cerimônias. Contudo, foi São Gregório Iluminador, Apóstolo da Grande Armênia, quem definiu as bases do Rito Armênio. Com os séculos, também foi influenciado pelo Rito Bizantino e pelo Rito Romano (que se pode constatar pela forma da mitra episcopal).

Ao contrário dos outros Ritos, apenas uma Igreja sui iuris utiliza Rito Armênio, que é a Igreja Católica Patriarcal Armênia, cuja unidade foi firmada no ano de 1742. Sua sede é na Cicília, Líbano, e utiliza como língua litúrgica o armênio.

2.5.1 Características

  • Reverência ⇒ o sinal da Cruz é feito dezenas de vezes, assim como as bênçãos e os ósculos aos objetos que são passados ao celebrante.
  • Orientação ⇒ versus Deum.
  • Hóstia ⇒ pão ázimo (influência Romana), além de ser o único Rito em que não se adiciona água ao vinho.
  • Comunhão ⇒ administrado pelo sacerdote diretamente na boca do fiel.
  • Separação ⇒ cortina vermelha (grande antiguidade).
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Figura 12 — Liturgia Armênia com o véu do Altar

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Notas

[1] Significa de modo livre “rezamos como cremos”. Diante da apostasia moderna não é de se admirar as celebrações que ocorrem atualmente, já que sempre se reza como se crê.

[2] São Pedro e São Paulo foram à Roma e lá aquele foi crucificado de cabeça para baixo e este decapitado. São Pedro antes foi à Antioquia.
Santo André e São Felipe foram para região da Trácia (região atualmente compreendia entre Grécia e Turquia) e da Cítia (martirizados crucificados em “X”).
São João foi à Ásia menor e o único que morreu de velhice.
São Tiago Maior foi à Ibéria e foi o primeiro a derramar seu sangue em nome do Senhor (degolado).
São Tomé foi para região do Irã e da Índia onde morreu transpassado por lanças.
São Mateus pregou na Etiópia. São Tiago Menor foi Bispo em Jerusalém e morreu precipitado.
São Simão foi ao Egito e São Judas, ao Iraque. São Bartolomeu pregou na Armênia, onde foi esfolado e degolado. São Matias permaneceu em Jerusalém e possivelmente também foi pregar na Etiópia.
São Marcos, discípulo de São Pedro, ficou em Alexandria e São Lucas, companheiro de viagem de São Paulo, na Grécia.

[3] Após isso, São Pedro deixou Santo Evódio como seu sucessor na Sé de Antioquia. Santo Evódio era um dos 72 discípulos do Senhor e foi convertido pelo próprio São Pedro que o deixou como seu sucessor na importante cidade de Antioquia. Provavelmente já estava de idade avançada e seu pontificado durou apenas um ano. Santo Evódio foi então sucedido por Santo Inácio de Antioquia, discípulo de São João, personagem bem conhecido entre os Santos católicos e citado no Cânon da Missa.

[4] A Igreja Ocidental são as Dioceses subordinadas diretamente ao Papa, enquanto que a Igreja Oriental são as Dioceses que normalmente estão subordinadas diretamente a um Patriarca e este é que responde ao Papa. Assim, enquanto que numa Diocese ocidental é o Papa quem decide qual padre vai se tornar Bispo e onde um determinado Bispo vai exercer seu pontificado, nas Igrejas Orientais quem decide essas questões é o Patriarca a quem aquela Diocese está subordinada e é ele, o Patriarca, quem decide onde o Bispo vai atuar.
Atualmente, temos na Igreja Católica as seguintes Igrejas Orientais:

  • seis Igrejas Patriarcais, ou seja, governada por um Patriarca, o qual é eleito pelo seu Sínodo e depois somente reconhecido pelo Papa;
  • quatro Igrejas Arcebispais Maiores, ou seja, governada por um Arcebispo Maior: eleito pelo seu Sínodo e depois, ao contrário dos Patriarcas, necessitam da aprovação do Papa;
  • três Igrejas Metropolitanas, ou seja, governada por um Arcebispo: o Conselho de Hierarcas escolhem três candidatos, sendo apenas um nomeado pelo Papa;
  • nove Igrejas sui iuris, ou seja, governada por um ou mais Eparcas (Bispos), administradores apostólicos, Exarcas (Bispo de Igreja em diáspora) ou por outros prelados (todos estes hierarcas são diretamente nomeados e supervisionados pelo Papa).

[5] Os Ritos Orientais muitas vezes têm várias Divinas Liturgias, que são modos de celebrar o Sacrifício Eucarístico. O Rito Gregoriano, por sua vez, tem apenas uma maneira de celebrar o Sacrifício Eucarístico (que chamamos Missa). Então, as várias Orações Eucarísticas que o Rito de Paulo VI apresenta em seu Missal mostra outra ruptura com a tradição litúrgica romana.

[6] No Rito Gregoriano temos a mesma cerimônia, mas apenas na Sexta-feira Santa.

[7] Outras Igrejas Orientais Católicas que utilizam a Liturgia Biantina: Igreja Arcebispal Maior Ucraniana, Igreja Arcebispal Maior Romena, Igreja Metropolitana Rutena, Igreja Metropolinata Eslovaca, Igreja sui iuris Albanesa, Igreja sui iuris Bielorussa, Igreja sui iuris Búlgara, Igreja Greco-católica sui iuris Croata, Igreja sui iuris Grega, Igreja sui iuris Ítalo-albanesa, Igreja sui iuris Macedônia, Igreja sui iuris Russa, Igreja sui iuris Húngara.

[8] Sempre feita com as duas espécies, do pão e do vinho, através de uma colher de ouro. Em algum momento da Divina Liturgia o pão, já consagrado, é posto no vinho, também consagrado.

[9] Sua origem vem dos ofícios do Antigo Testamento em que o Santo dos Santos era velado e somente uma vez no ano o Sumo Sacerdote (e apenas ele) poderia adentrar. A Divina Liturgia nos torna presente realmente Nosso Senhor Jesus Cristo, atualizando Seu Sacrifício vicário; nada no mundo há de mais santo e sagrado. Para manifestar essa realidade a arquitetura do Rito Bizantino utiliza a iconóstase.

[10] As Constituições Apostólicas são um conjunto de textos que contem orientações e regulamentos para a organização e a vida da Igreja primitiva, atribuído aos Apóstolos e a seus discípulos próximos.
As Constituições Apostólicas são compostas por oito livros, que abrangem vários aspectos da vida eclesiástica, incluindo Liturgia, disciplina, ordenação de clérigos, administração dos sacramentos, conduta moral e organização da hierarquia eclesiástica.

[11] No século V, com o advento da heresia de Eutiques (que pode ser visto aqui), as Igrejas siríacas se separaram da unidade católica e tiveram grande influência do Rito Bizantino. Os maronitas, que se orgulham de nunca terem se apartado da submissão ao Primado Petrino, salvaram a Liturgia Antioquena do desvio de sua forma mais pura através dos monges de São Maron (daí o termo maronita).
Infelizmente, essa grande fidelidade à pessoa e não ao Papa e sua doutrina fizeram com que a Liturgia Maronita sofresse uma latinização, sobretudo após o tenebroso Concílio Vaticano II, usando o vernáculo e celebrando a Liturgia voltado para o povo.

[12] Os coptas são os descendentes dos antigos habitantes do Egito faraônico. Com o tempo, o termo copta deixou de significar egípcio para significar cristão egípcio, especialmente após a invasão árabe e posterior conquista egípcia no século VII.

[13] Assim como o Rito Bizantino, o Rito Caldeu tem sua origem na Liturgia de São Tiago de Jerusalém, sendo o Rito Antioqueno a versão sem alteração da Liturgia de Jerusalém.

[14] Existe uma falsa polêmica sobre a Anáfora de Addai e Mari como é dita na Igreja cismática Caldeia e Assíria. Ocorre que nela não existem as palavras da consagração, forma do Sacramento da Eucaristia. Contudo, recentemente em 2001, o Vaticano (através do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, em acordo com o Dicastério para a Doutrina da Fé e o Dicastério para as Igrejas Orientais) declarou que a Anáfora de Addai e Mari, tal como consta nos livros dessas Igrejas, ou seja, sem a forma do Sacramento pode ser considerada válida:

As palavras da Instituição Eucarística estão de fato presentes na Anáfora de Addai e Mari, não de uma forma narrativa coerente e ad litteram, mas sim de forma eucológica dispersa, ou seja, integradas em sucessivas orações de ação de graças, louvor e intercessão (Diretrizes emitidas pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, destaques nossos).

Quão decadente está o órgão romano que outrora fora o Santo Ofício da Inquisição. Agora é uma divisão burocrata herética a serviço do naufrágio da Fé, promovendo a idolatria.

[15] Esse fato reforça a tese de que a Liturgia de São Tiago, também chamado de Rito Antioqueno ou Siríaco Ocidental, é a mãe dos Ritos Orientais.

6 respostas em “INTRODUÇÃO AO RITO (PARTE 1 DE 2)

  1. A posição tradicional no rito maronita também é versus Deum, só que a nefasta influência de liturgistas modernistas (salvo engano, jesuítas) provocou uma “reforma” que permitiu essa inovação. Existem maronitas que resistem a isso, segundo informação que recebi do Príncipe D. Bertrand.

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