SEMANA SANTA: RAMOS

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Iniciamos há uns dias a Santa Quaresma. Nesse período, em paralelo às pesadas penitências que, maternalmente, a Igreja manda-nos fazer, invade-nos o pensamento na Semana Santa. A beleza litúrgica desse tempo, assim como a antiguidade das cerimônias cumula a alma cristã de graças e espiritualidade.

Para além da esfera litúrgica certamente salutar, existe entre os tradicionalistas uma crítica pungente a respeito da reforma operada sob o pontificado do Papa Pio XII na liturgia da desse período. Os textos dessa série falarão sobre o Domingo de Ramos (é o texto que se segue), o Ofício das Trevas, a Quinta-feira Santa, a Sexta-feira Santa e a Vigília Pascal no Sábado Santo. Pelo conteúdo do texto [original] e pelo conhecimento de padre Cekada, o texto está longe de ser exaustivo, mas apenas apresenta rapidamente sua visão e uma rápida comparação entre o que se chama rito tradicional (pré-55) e o novo (reforma de 55).

Salientamos que a veiculação destes textos não significa concordância com eles. Nossa opinião será dada dentro de outra série de textos, após mais estudos e reflexões.

O texto original se encontra aqui.

Tradução por Karlos Guedes.

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Semana Santa: Domingo de Ramos: Rito Antigo vs. Rito de 1955

 

NOTA INTRODUTÓRIA: As modificações nos ritos da Semana Santa, introduzidas em 1955, fizeram parte de uma série de mudanças litúrgicas incrementais iniciadas em 1951 que, mais tarde, levaram à promulgação do Novus Ordo Missæ em 1969.

A criação dos ritos da Semana Santa de 55, como a criação do Novus Ordo, foi orquestrada por Annibale Bugnini, o homem considerado o gênio do mal que destruiu a Missa.

Com o benefício da retrospectiva, podemos olhar para as modificações da Semana Santa de 1955 e ver uma série de mudanças incrementais postas em prática e que serão permanentemente incorporadas no Novus Ordo.

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No rito tradicional, o sacerdote abençoa os ramos no altar em uma “Missa seca” (uma cerimônia que segue a estrutura de Missa). A procissão segue, e então a Missa própria na qual a Paixão é cantada. A Missa seca é uma sobrevivência da prática em Roma, onde o Papa abençoava as palmas na Missa numa igreja, ia em procissão a uma outra e oferecia uma segunda Missa lá.

No rito de 1955, a Missa seca (Introito, Coleta, Epístola, Responsório, Evangelho, Prefácio e Sanctus) desapareceu. O sacerdote abençoa os ramos não no altar, mas em uma mesa, por trás da qual ele está «de frente para o povo» ─ a primeira vez que tal direção ocorre na liturgia Romana. Em vez das vestes roxas, são usadas vermelhas, como no Novus Ordo. Apenas uma oração de bênção é usada; no antigo rito havia cinco.

Para a procissão, os reformadores aboliram a cerimônia mística à porta da igreja ─ os coros alternados dentro e fora da igreja, e as batidas na porta, simbolizando Cristo buscando entrada na Cidade Santa. Depois da procissão no novo rito, o sacerdote canta a Coleta final de frente para o povo, de costas para o tabernáculo.

No rito de 55, as Orações ao pé do Altar desaparecem inteiramente da Missa, e o sacerdote sobe o altar para incensá-lo. Se há outros ministros para ajudar, o celebrante não faz as leituras das Escrituras, mas senta-se no banco para escutá-las. A unção em Betânia é omitida no início da Paixão, e a colocação da guarda no túmulo é omitida no fim. O Último Evangelho da Missa é suprimido.

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Nota do tradutor

[1] Antes da reforma da qual fala o texto, o Último Evangelho também é omitido nas Missas cantadas. E, mesmo após a reforma, nas Missas rezadas há o Último Evangelho que é o da distribuição dos ramos.

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