O que muitas pessoas não entendem é que a perseguição aos cristãos no Ocidente não virá na forma de uma proibição total do cristianismo. Ela virá — e já está vindo — na forma de uma proibição jurídica de se manter a fé íntegra. Por exemplo, um cristão será proibido de ensinar e defender que existem preceitos da lei natural, será proibido de ensinar o Reinado Social de N. S. Jesus Cristo. Só será permitido a ele aderir publicamente a um cristianismo falso, ou melhor, individualizado, personalizado segundo os gostos da maioria. O cristianismo “homofóbico”, “machista”, “retrógrado”, será proibido. Alegar-se-á, segundo a opinião de algumas figuras que hoje temos, inclusive na política, que ele fere direitos de minorias, e que esses direitos se sobrepõem ao da liberdade religiosa.

Na opinião das massas, os cristãos não serão perseguidos, “cristofobia” continuará a ser “frescura” e “mimimi”, mas isso se dará porque o conceito de fé que se popularizou no mundo não é o de uma adesão intelectual a um conjunto de verdades reveladas, mas o de um sentimento ou espécie de fantasia pessoal, que a pessoa deve manter no privado, enquanto goza dos prazeres da vida e respeita as convenções sociais.

Por causa de não saber o que é fé, essas pessoas continuarão a achar que ainda há muitos cristãos no mundo, mas, na verdade, eles serão poucos. O que haverá serão múltiplas religiões pessoais inspiradas no cristianismo, este último sendo paulatinamente rechaçado, esmagado culturalmente e até juridicamente. No fim, mesmo esse “cristianismo” personalizado ficará tão sobrepujado diante da avalanche dos vícios, que terminará sendo varrido das mentes das pessoas, quiçá até pela força. Pode ser que isso mude e eu tenho certeza de que a Verdade prevalecerá, mas este é o caminho natural que a sociedade nos propõe hoje.