A FILHA PRÓDIGA

«Por amor de Vós somos entregues à morte todos os dias, somos considerados como ovelhas para o matadouro. Levantai-Vos, por que dormis, Senhor? Despertai! Não nos desampareis para sempre. Por que desviais de nós a Vossa face? Por que Vos esqueceis da nossa miséria e da nossa tribulação? Porquanto a nossa alma está humilhada até ao pó, pegado está com a terra o nosso ventre. Levantai-Vos, Senhor, ajudai-nos e resgatai-nos por amor do Vosso Nome» (Sl 43, 23-27).

Disse Nosso Senhor que o mundo jaz no Maligno. Nunca essa verdade ficou tão patente quanto em dois acontecimentos recentes (show da Madona do Rio e a abertura dos jogos olímpicos em Paris). Os asseclas de Satanás controlam todos os aspectos culturais ─ a chamada guerra cultural. Afinal, qual outra explicação haveria de ser dada numa competição em que o uso de símbolos cristãos nos equipamentos dos atletas é proibido, enquanto que escarnecer os mesmos símbolos para ultrajá-los numa cena sacrílega da Santa Ceia é, não apenas promovido, como aplaudido?

Certamente, afirmo sem medo de errar, a guerra cultural é apenas a manifestação moderna — ou mesmo uma faceta — de uma batalha que ocorre desde o princípio, nas Escrituras, como a inimizade entre a Igreja (a mulher e seus descendentes) e o Maligno (serpente e sua descendência), ou as duas cidades, como nos fala Santo Agostinho. A luta que travamos é eminentemente espiritual: assim também nos ensinaram os Papas e os Santos.

Por isso rezemos e rezemos muito. Rezemos o terço diariamente e façamos penitência por todos nós pecadores e para desagravar o tão ultrajado Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo. Façamos como Davi:

Ó Deus, quebrai-lhes os dentes na própria boca; quebrai as queixadas desses leões, ó Senhor. Sejam reduzidos a nada como água que corre, entesai seus arcos até que sejam abatidos, como a lesma que deslizando se consome. Sejam destruídos como a cera que se derrete, caia fogo de cima sobre eles para não verem o sol, como o feto abortivo. Antes que seus espinhos se tornem arbustos, que o turbilhão da Vossa ira os devore ainda vivos. Alegrar-se-á o justo ao ver a vingança; lavará as suas mãos no sangue do pecador (cf. Sl 57, 7ss).

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